A transição para uma economia de baixo carbono exige uma abordagem diversificada, onde tanto a redução de emissões como a captura de CO2 desempenham papéis fundamentais. Para alcançar o objetivo de zero emissões líquidas, é essencial explorar todas as soluções tecnológicas e naturais disponíveis. Portugal estabeleceu a meta de atingir a neutralidade carbónica até 2045, um desafio que requer colaboração entre setores e players do mercado e uma aposta na inovação contínua.
Nesse contexto, a Fundação Repsol, em parceria com o Instituto Superior de Agronomia, realizou no mês passado a conferência “Rumo ao Net Zero: soluções de base natural para a captura de CO2”. O evento reuniu especialistas dos setores público e privado, académicos e representantes da indústria para debater o papel das soluções naturais na mitigação das emissões de carbono e na transição para uma economia mais sustentável.
Joaquim Reis, Responsável da Fundação Repsol em Portugal, destacou que as soluções naturais de captura de carbono são uma ferramenta poderosa no combate às alterações climáticas. “Graças à sua localização, disponibilidade de terreno e clima, a Península Ibérica pode tornar-se um dos sumidouros de carbono mais importantes da Europa”, afirmou.
Assunção Cristas, ex-ministra da Agricultura, Mar, Ambiente e Território, alertou para a urgência da proteção da biodiversidade, sublinhando que “a crise da biodiversidade é tão crítica quanto a crise climática”. A conferência abordou ainda a importância da gestão sustentável dos solos agrícolas, ecossistemas marinhos e florestas, com Francisco Martinez, cofundador do Grupo Sylvestris, a partilhar a experiência espanhola no setor.
O evento contou também com o Secretário de Estado do Ambiente, Emídio Sousa, que, numa mensagem em vídeo, reforçou o compromisso de Portugal com a neutralidade carbónica até 2045. “Atingir este objetivo exige o compromisso de empresas, Estado, academia e cidadãos. A Fundação Repsol é um dos principais agentes no setor e vejo com grande satisfação a sua determinação em contribuir para a redução das emissões”, afirmou.
A conferência marcou o arranque do ciclo de eventos Open Room para 2025 da Fundação Repsol, que continuará com mais duas conferências em Portugal. Em outubro, a NOVA SBE em Carcavelos acolherá o evento “Towards Net Zero Cities”, e, posteriormente, Sines receberá a conferência “Rumo ao Net Zero: o papel da indústria”. Estas iniciativas reforçam o compromisso da Fundação Repsol na promoção do conhecimento e da colaboração entre a academia e os diversos setores para impulsionar a transição energética.
Além de contribuir para a descarbonização, as soluções de base natural oferecem benefícios adicionais, como a proteção da biodiversidade e o suporte às comunidades locais. A recente criação do mercado voluntário de carbono e da Agência para o Clima reforça a necessidade de debater estas soluções como uma oportunidade estratégica para Portugal.